sábado, 26 de abril de 2025

 Cumpadi Tonho - Um Caipira Perdido na Cidade

Lá do interiorzão de Minas, onde o galo canta cedo e a roça é o ganha-pão, vivia o Cumpadi Tonho. Homem simples, trabalhador e cheio de causos pra contar. A vida dele era acordar com o sol, cuidar da plantação e prosear com os vizinhos na beira da cerca.
Um dia, o sobrinho dele, o Junim, resolveu chamar o Cumpadi Tonho pra conhecer a cidade grande. "Vamo, Tio Tonho! Cê precisa ver os prédios que num cabem na foto!" — insistiu o moço.
Tonho, desconfiado, topou. Vestiu a melhor camisa, pôs o chapéu de palha e trouxe a inseparável enxadinha, "vai que precisa", pensou.
Chegando na cidade, foi só confusão. Ele desceu do ônibus no meio da avenida movimentada, olhou praquele mundaréu de carros, luzes piscando e prédios que pareciam tocar o céu. Coçou a cabeça, apertou a enxada contra o peito e resmungou:
"Uai, cad a roça só?"
No primeiro cruzamento, quase entrou num hotel achando que era uma venda de secos e molhados. Perguntou pra um homem engravatado onde ficava o curral mais perto. Tentou plantar uma mudinha num canteiro de avenida e quase foi multado!
Mas Cumpadi Tonho, mesmo perdido, fez amizade rápido: ensinou um grupo de executivos a plantar feijão num vasinho de escritório, ganhou café de graça numa padaria e até virou atração de uma escola, contando pros meninos como se tira leite de vaca.
Depois de um dia cheio de aventuras, Junim achou o tio sentado numa pracinha, rindo sozinho. "Eita, sô... Essa cidade é boa demais, mas é coisa pra doido. Amanhã quero é voltar pra minha roça, uai!"

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